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Queremos mais segredos e missões no “Secret Story” – Segunda Opinião

Edição #283 | Por Filipe Vilhena

A TVI emite a nona temporada do programa “Secret Story”, apresentado por Cristina Ferreira. Neste reality show, todos os concorrentes têm um segredo e devem escondê-lo dos colegas. O objetivo é, não só guardar o seu segredo, como tentar adivinhar o dos restantes e, para ajudar, a Voz coloca pistas na casa. A dinâmica do programa é completada com as missões atribuídas pela entidade soberana e são elas que possibilitam os participantes de angariarem dinheiro para desvendar segredos.

O “Secret Story” é um jogo e ali dentro estão jogadores – diferente do “Big Brother”, que é um reality show que pede pessoas “mais reais” – e o formato tem, na sua ideia original, os ingredientes necessários para prender o espectador. A juntar a isto, claro, o leque de concorrentes deve ser interessante e temos ainda a possibilidade de assistir ao convívio entre os concorrentes, que discutem, abraçam-se e divertem quem está em casa. É este o “plano” traçado para este programa, mas será que é isso que vemos na temporada nove? A resposta é mais ou menos.

Antes de prosseguir, devo elogiar a produção pela escolha dos concorrentes, uma vez que o leque, no geral, tem a garra necessária para viver esta experiência. São empenhados, sabem o que estão ali a fazer e conseguem mexer com os espectadores. Porém, o jogo dos segredos parece ser secundário no meio de um enredo de discussões e casais – que não deixa de ser interessante para a narrativa, mas que não deveria ter um papel tão central. Se analisarmos as galas, percebemos que existe pouco destaque para os segredos. Vão sendo dadas pistas, mas não temos acesso a muitas imagens sobre teorias e não existem muitos confessionários que explorem o lado jogador do concorrente. Queríamos saber como está a esconder o seu segredo, se mentiu para o proteger e se tentou descobrir algo sobre algum colega. O expulso acaba por revelar o segredo no estúdio e a explicação é muito breve – no “Dois às 10” a história é contada, mas deveria ser no “Secret Story”.

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Outra questão a apontar a esta edição – e que acaba por ser um bocadinho transversal aos reality shows – é que existem poucos confessionários e, como tal, existem concorrentes que, devido aos segredos e missões, não podem ser totalmente verdadeiros com o público em casa e seria bom vermos, em privado, o “desmontar” da personagem. Temos a Marisa e o Pedro Jorge que são um casal e que, no confessionário, separados, poderiam ser mais verdadeiros em relação a alguns assuntos. Recentemente, o Leandro teve a missão de se juntar à ficha tripla, da Ana Cristina e da Bruna, e, como a gala é feita com ligação à sala, teve de manter a mentira toda a emissão e não tivemos acesso a detalhes da interação dele com as colegas. É claro que isso pode ser feito durante os segmentos da semana, mas a gala é mais vista e é onde deveriam ter destaque também as tarefas desempenhadas pelos concorrentes.

Alguns participantes poderiam dar mais se tivéssemos mais confessionários. Uma delas seria a Mariana, que acabou por sair porque nunca se posicionou bem no jogo, mas que, se a produção quisesse dar-lhe espaço num confessionário, iria animar o público. Uma espécie de Cátia Palhinha, que protagonizava momentos icónicos. Porém, as narrativas de discussões e casais sobrepõem-se até às missões, que parece escassas nesta edição. Seria interessante vermos mais ação nesse sentido, com coisas divertidas, outras mais intensas.

São pequenos pontos que poderiam enriquecer o “Secret Story”, que, na edição nove, conseguiu reunir um leque bom e isso é “visto por si mesmo” (já diz a Vera) nas audiências. Mesmo com as falhas da produção, a falta de sanções em algumas situações e uma Cristina Ferreira que deixa a desejar enquanto apresentadora de reality shows, se há coisa onde acertaram, foi nos concorrentes. Poderiam retirar mais e melhor de todos eles.

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