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“Bom Dia Alegria”, com o Zé e a Merche – Segunda Opinião

Edição #282 | Por Filipe Vilhena
 

O canal V+ TVI, do grupo Media Capital, estreou no verão de 2024 com a promessa de fazer diferente e conquistar novos espectadores, oferecendo não só ficção, que já entrava na aposta da TVI Ficção (hoje, um canal online), como também diversos formatos e produtos internacionais.

Na grelha – que terei oportunidade de explorar melhor noutras edições – salta à vista o programa “Bom Dia Alegria”. Com apresentação de Merche Romero e Zé Lopes, o matutino prometia boas conversas e diversão. Este formato nasce da vontade de fazer diferente e dar espaço a histórias que poderiam não ter tanto tempo de antena noutros programas, mas que nas manhãs do V+ TVI são desenvolvidas. Esta consideração é minha, mas o “Bom Dia Alegria” surge como alternativa ao “Dois às 10”, da TVI, onde o tempo para as histórias é mais reduzido porque o formato tem outro ritmo.

É uma aposta certeira, que cumpre todos os objetivos a que se propôs inicialmente. O formato de Merche Romero e Zé Lopes é diferente, tem uma energia boa e faz companhia. É acolhedor assistir ao “Bom Dia Alegria” porque se nota que aquele programa foi bem preparado, que os convidados são bem recebidos e têm tempo para conversar. Os temas são interessantes, acompanham a atualidade e percebe-se o esforço para cativar o público.

Além disso, quem vê o talk show sabe a entrega dos anfitriões, que não deixam de dar o melhor para animar as manhãs dos espectadores. Merche Romero e Zé Lopes funcionam como dupla, são amigos, colegas e respeitam-se. Nem a apresentadora, com mais experiência, quer aparecer mais, nem o novato (e aqui esclareço que esta palavra não é utilizada de forma pejorativa) tenta mostrar trabalho em demasia.

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O “Bom Dia Alegria” não deixa de ser um projeto arriscado – talvez o mais do V+ TVI. O programa cruza-se no horário com uma concorrência forte na RTP1, SIC, TVI e CMTV. Porém, apesar disso, está a traçar o seu caminho e aposta em iniciativas interessantes, como o concurso de talentos, apelidado de “Bom Dia Alegria Talentos” ou as emissões fora do estúdio, em que um dos anfitriões vai tomar o pequeno-almoço com espectadores. Uma vez que o público das manhãs é muito fiel ao programa e aos apresentadores que assiste, a tarefa do “Bom Dia Alegria” não é fácil, mas com o tempo e alguns ajustes, certamente que mais pessoas vão sintonizar o V+ TVI nas manhãs.

Uma vez que abordei “ajustes”, importa destacar dois pontos menos positivos do matutino: o cenário e o grafismo. O programa é feito num estúdio chroma key, um espaço de gravação com fundo verde utilizado para projetar o cenário digitalmente. Traria mais conforto aos espectadores – e acredito que aos apresentadores e convidados – ter um estúdio “verdadeiro”. Além disso, o grafismo inicial do programa fica aquém de outros formatos do canal, como o “V+ Fama” e o “Para Si”, que têm um ar mais atual.

Zé Lopes e Merche Romero “fazem televisão” com amor e dedicação e acredito que esses são os ingredientes principais para cativar os espectadores. O “Bom Dia Alegria” merece continuar o seu caminho e merece também mais atenção, uma vez que se trata de um dos principais programas do mais novo canal do universo TVI.

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