“Segunda Opinião” 269- “Big Brother” e os bigodes polémicos

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.

O “Big Brother” regressou no dia 23 de março à TVI para a edição comemorativa dos 25 anos do programa. O canal continua empenhado em manter a liderança e, por isso, decidiu fazer regressar um dos seus trunfos, depois de apostar no “Secret Story” nos últimos meses.

Cláudio Ramos regressou à antena e parece que ainda na semana passada o vimos. Esperem, vimos mesmo. Depois do “Secret Story – Desafio Final”, o anfitrião voltou a ser escalado por José Eduardo Moniz para conduzir um reality show. E bem, porque Cláudio Ramos é a pessoa certa para o “Big Brother”, uma vez que traz ao programa alguma leveza, visto que as últimas edições destes formatos são marcadas por discussões e momentos de tensão.

Esta edição começou com uma novidade, que levou quatro candidatos a estarem fechados numa casa de vidro num shopping. “Quem Vai Entrar?”, que teve dois dias, foi entregue a Maria Botelho Moniz e que boa ideia. A apresentadora destaca-se nos reality shows e esta experiência só reforçou que Maria Botelho Moniz está mais do que apta para conduzir um reality show. Não sei se o “Big Brother” ou qualquer outro que a TVI aposte, mas a apresentadora agarra-nos ao ecrã. Os seus olhos brilham quando fala para dentro da casa e está na hora de José Eduardo Moniz “introduzir” Maria Botelho Moniz no “trio” (que passaria a “quarteto”) de apresentadores de reality shows – neste momento, o “grupo” tem Cristina Ferreira, Cláudio Ramos e Manuel Luís Goucha.

Escolhido Nuno Brito para entrar na casa, o concorrente juntou-se a outros tantos. A primeira foi Bárbara Tinoco… perdão, Mariana Costa, que fisicamente parece muito a cantora. Entrou depois Manuel Rodrigues, um personal trainer e massagista que, se pensarmos, daria um ótimo marido, na medida em que faria o cônjuge poupar muito dinheiro. Ana Neto quer ser o Felipe Neto, na medida em que quer ser influenciadora digital. Para Bárbara Tinoco não ficar sozinha, entrou a Elisa do “Festival da Canção” de 2020, que agora se chama Lisa Schincariol (também achei parecidas). E claro, vindo de uma aula de yoga chegou o Dinis Almeida, que de certeza que abraça árvores. Já Érica Reis veio de New Jersey e trouxe verbos mal conjugados, mas nós perdoamos, que a rapariga está emigrada há muitos anos. Carina Frias foi apresentada em seguida e trouxe uma teoria consigo, que dizia que se não secar o cabelo, o mesmo apodrece. É verdade, por isso é que antes do secador toda a gente era careca. Leonardo Gerevini veio com uma “vibe” Zezé Camarinha porque disse que queria conhecer meninas na casa. Já Gonçalo Beja da Costa é artista plástico e, possivelmente, primo da Cinha Jardim (achei-os parecidos). Micael Miquelino foi o concorrente que se seguiu e veio do Alentejo, mostrando-se um homem do campo trabalhador e nós quase que podíamos ser amigos, porque ele disse que ia a bailes numa localidade próxima onde eu vivi. A Inês Vilhalva é a “Kika” dos “Morangos com Açúcar” – procurem uma foto – e é criadora de conteúdos literários. De certeza que Tiago Rodrigues não a conhece, porque o participante diz que só leu dois livros e receio que um possa ter sido um menu de algum restaurante. Diogo Bordin chegou do Brasil e eu quase o confundi com o José Condessa, mas vi o cabelo liso denunciou-o. Já a Carolina Braga, que é de Cascais, diz que é intensa, autêntica e sensível, ok, dizem todos isso, próximo! O Manuel Cavaco também entrou na casa, mas calma, não é o ator, é um jovem de 21 anos que está a estudar medicina. Rapaz, precisamos de ti nas urgências, despacha o curso! Tomé Cunha diz que tem “um bigode polémico”, mas eu até achei que o bigode do Igor Rodriguez era mais polémico. Por fim, a Solange Tavares que não gosta de pés e a Sara Silva que trabalha numa sapataria entraram e, de certeza, que vão ter logo assunto.

Cláudio Ramos feliz no "Big Brother 2025" ou feliz porque estava quase a ir dormir, que o senhor deve andar cansado | Foto D.R.

De modo geral, este casting oscilou entre o “esperava este ‘tipo’ de concorrente” e o “mas isto é para os apanhados?”. Porém, para já, nenhum me pareceu mau. A TVI conseguiu juntar pessoas muito diferentes e pessoas muito reais. Contrariamente a outras edições, o sentimento que fica é que aqueles concorrentes são aquilo que mostraram, em termos de personalidade e também no seu estilo, uma vez que temos pessoas mais “irreverentes”. É um casting bem representado e isso é fundamental num reality show. 

Quanto à casa, está muito bem decorada. A TVI apostou em cores e mudou alguns espaços, o que conferiu uma dinâmica interessante em termos visuais. Obviamente que todos sabemos que aquela casa é a mesma dos últimos programas – e isso é um pouco cansativo – mas claro que o canal não ia ter uma casa diferente para cada edição do programa. Temos o armazém, onde concorrentes vão ficar privados e já sabemos que para a semana eles desistem dessa ideia. E por falar em ideias, os participantes em risco das nomeações são os que estiverem à quinta-feira no armazém. Não entendi o objetivo desta mudança, mas vai criar dinâmica, uma vez que os concorrentes podem entrar e sair por meio de provas - ou seja, terão de se esforçar para não estarem no armazém. Tirando o líder e o nomeado do líder (que, coitado, fica logo nomeado), todos podem trocar de "morada". 

Para finalizar, o programa terá Maria Botelho Moniz, Alice Alves, Marta Cardoso e Mafalda Castro como apresentadoras, o que não é novo, tirando o facto da última passar para os sábados e Alice Alves regressar ao “Última Hora”. Do leque de comentadores, as novidades são o regresso de Susana Dias Ramos e António Bravo, ambos boas aquisições, assim como João Ricardo, que se estreia como comentador (polémica irá dar, de certeza). Pedro Crispim voltou e Renata Reis ficou de fora do leque. A galas terão dois comentadores, mas não se conhece ainda a identidade dos mesmos.

Por: Filipe Vilhena

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