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"Segunda Opinião" #228- "The Voice" lágrimas

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.

O "The Voice Portugal" regressou à RTP1 no dia 25 de setembro, para a sua 10ª. temporada. Nesta edição, Catarina Furtado e Vasco Palmeirim voltam aos comandos do formato, que nos trouxe novidades em termos de mentores. Será que os novos nomes foram boas apostas.

Carolina Deslandes, Dino D' Santiago, Marisa Liz e Diogo Piçarra ocupam as cadeiras dos mentores. Comecemos pelas novidades: Carolina e Dino. A cantora de "A Vida Toda" já tinha sido jurada no "The Voice Kids" e a sua excelente prestação, valeu-lhe um lugar na cadeira "dos grandes". Carolina é sincera, sensível e tem sempre uma palavra acertada. Foi uma excelente opção para o programa, que encaixa muito bem com os restantes colegas. Já Dino D' Santiago, é a grande revelação. Pela primeira vez, participa como jurado num concurso. Dino é um homem de causas, de justiça e com um talento enorme. A RTP fez igualmente muito bem em tê-lo chamado para este programa, foi uma lufada de ar fresco e as suas palavras são sempre tocantes e fazem-nos refletir e até chorar. E por falar em lágrimas, já a conhecemos muito bem e tornou-se quase "a cara" do "The Voice Portugal". Marisa Liz é única, tem uma energia contagiante e é competitiva. Dificilmente o formato ficaria igual sem a sua presença. A fechar o leque, mas não menos importante, Diogo Piçarra. Descontraído, engraçado e competitivo. É também um rosto muito associado do talent show e uma peça fundamental. A prestação de Áurea e António Zambujo foi excelente, mas é preciso renovar o leque de mentores para dar um "novo ar" ao formato. E a sua saída foi acertada e nem tem de ser algo definitivo. Já vimos mentores regressarem e é sempre interessante.

Vasco Palmeirim e Catarina Furtado apresentam o programa | Foto D.R.

 Assim sendo, concluímos que são os quatro excelentes opções e que funcionam na perfeição. Há que dizer que são dos grupos mais sensíveis, tocando os espectadores e os concorrentes. Assistir ao "The Voice Portugal" sem lenços de papel tornou-se quase impossível. O formato está cada vez mais interessante e tem construído um enredo em volta dos concorrentes e das suas histórias cada vez melhor. Já todos vimos o programa, mas a RTP1 tem-lhe dado uma nova vida a cada edição e os espectadores e as audiências comprovam isso. É um verdadeiro formato familiar, num momento em que a SIC e a TVI apostam em reality shows cheios de conflitos, polémicas e cabras - refiro-me às cabras do "Quem Quer Namorar com o Agricultor".

Quanto à apresentação, mais uma vez a tarefa cabe a Catarina Furtado e Vasco Palmeirim. A anfitriã é extrovertida, tem sempre a palavra certa, é emotiva e divertida. É um rosto que ou se gosta, ou não se gosta. Já Vasco Palmeirim, traz-nos a descontração e a alegria nas doses certas. É verdade que a dupla de apresentadores pouco aparece e até se torna mais "secundária" nas primeiras fases do formato, mas nas Galas, temos uma boa aposta por parte da RTP1. E mais do que colegas, Catarina e Vasco são amigos. É sempre bom vermos uma dupla que funcione a trabalhar lado a lado.

Comentar o "The Voice Portugal" é sempre uma tarefa difícil, porque já falámos muito do programa e, apesar das alterações entre temporadas, a base está construída e já comentámos outras edições. Infelizmente, o talent show é um dos poucos que funciona na RTP1 em termos de audiências aos domingos à noite. Temos o "Got Talent Portugal", mas, de resto, os números ficam sempre abaixo do esperado. É necessário encontrar novas apostas e reinventar o horário, para que o sucesso de 10 edições que é o "The Voice Portugal" não se esgote.

Por: Filipe Vilhena

 

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