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"Segunda Opinião" #261- Tânia Ribas de Oliveira e a leveza do “A Nossa Tarde”

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.


Em 2019, há cinco anos, a RTP1 estreou “A Nossa Tarde”, o seu novo programa, que veio substituir o “Agora Nós”. Conversas intimistas, momentos culinários e muita animação, num formato que pretendia fazer o espectador sentir-se em casa com Tânia Ribas de Oliveira.

Depois de vários projetos no canal público, sempre em dupla, com João Baião e, mais tarde, José Pedro Vasconcelos, a estação pública decidiu entregar a Tânia Ribas de Oliveira as tardes a solo. A estreia marcou uma nova fase da apresentadora, onde o público conheceu melhor o seu lado mais generoso, acolhedor e onde foi possível sublinhar o seu talento para conduzir grandes conversas. Não seria necessário o “A Nossa Tarde” para reconhecer o talento da anfitriã, mas a verdade é que este formato foi feito à sua medida e conseguiu mostrar novas facetas de um rosto querido dos portugueses. É uma das melhores profissionais da RTP1, que faz o melhor sem se importar com os resultados – o programa fica em terceiro lugar.

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 Analisando o formato, a verdade é o “A Nossa Tarde” poderá ser comparado em alguns pontos à ao “Júlia” e ao “Goucha”, mas o talk show da RTP1 tem um ritmo diferente. As conversas são mais curtas e os convidados trazem também assuntos mais leves, para além das rubricas, jogos e dos momentos na cozinha, com Fábio Bernardino. “A Nossa Tarde” tem uma essência semelhante a outros programas, como “Portugal no Coração” ou o “Há Tarde” e traz-nos uma leveza importante para as tardes. A concorrência oferece programas muito “densos” e a RTP1 está de parabéns por fazer diferente.

Tânia Ribas de Oliveira entrevistou Manuel Cavaco | Foto D.R.

Leve também é o estúdio, que nos traz cor e uma espécie de uma sala de estar, com a cozinha ao lado e outros espaços onde é possível conversar. Uma ideia criada na altura d’ “O Programa da Cristina”, que trouxe para Portugal o conceito de “estúdio-casa”. Ainda assim, com os cenários da SIC e da TVI a trazerem conceitos diferentes, o canal público consegue destacar-se. Porém, com cinco anos de emissão, Tânia Ribas de Oliveira merecia algumas alterações no cenário e também no grafismo.

É importante frisar que as audiências do “A Nossa Tarde” não são excelentes e o programa fica diariamente em terceiro lugar, como referido acima. Neste ponto, como canal público, a RTP1 deveria repensar a estratégia. Tânia Ribas de Oliveira traz, de facto, uma aposta diferente do “Júlia” e do “Goucha”, mas poderia funcionar melhor noutro horário da tarde, em que não se cruzasse com a concorrência destes formatos. Ainda assim, os espectadores que assistem ao “A Nossa Tarde” são aqueles que querem um programa mais leve e divertido e, neste ponto, a RTP1 é a aposta certa. É difícil perceber qual seria a melhor solução para este formato. Uma coisa é certa: Tânia Ribas de Oliveira é aposta ganha.

Por fim, termino esta edição a dar os parabéns a Tânia Ribas de Oliveira pela rubrica ‘Olhos nos Olhos’ e pela conversa com Manuel Cavaco. Que venham mais histórias sinceras e sem filtros. Só por isto, os cinco anos do “A Nossa Tarde” já valiam.


Por: Filipe Vilhena

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