Últimas Notícias

"Segunda Opinião" #259- "Big Brother": Mudam os concorrentes, fica a decoração

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.

A TVI estreou uma nova edição do "Big Brother" no passado dia 24 de março, com Cláudio Ramos na apresentação. Esta é a terceira edição seguida do reality show, depois do "Big Brother 2023" e do "Big Brother - Desafio Final". 

Inicialmente seria Cristina Ferreira a apresentar o programa, porém, a apresentadora foi escalada para dar a cara por um reality show no outono. Cláudio Ramos foi selecionado para o lugar, que não poderia ter sido mais bem entregue. Se Cristina Ferreira é exemplar no "Big Brother", podemos dizer que o seu companheiro das manhãs é a cara do reality show. É verdade, após várias edições, onde já tivemos Teresa Guilherme, Manuel Luís Goucha, Cláudio Ramos e Cristina Ferreira, é inegável que é o alentejano o que mais se destaca atualmente. A sua forma descontraída, divertida, assertiva e a sua interação com o 'Big' contribuem em muito para o sucesso deste que é o pilar da TVI. Em jeito de sugestão, a TVI deveria deixar o "Big Brother" entregue a Cláudio Ramos, sendo que Cristina Ferreira ficaria excelente na apresentação do "Secret Story" (o suposto "reality show de outono" poderá ser este formato).

Quanto aos concorrentes, temos um casting bastante diversificado e superior a algumas das edições que a TVI nos apresentou. São concorrentes fortes, com personalidades vincadas e, sobretudo, com ideais, religiões e orientações sexuais diferentes, o que contribui sempre para a representação e aquilo que deve ser um bom reality show. Daniela Ventura, David Maurício, Gabriel Sousa, Catarina Miranda, Leokádia Pombo, Jacques Costa e Luís Fonseca (os três últimos foram expulsos/desistiram) destacam-se do grupo, por razões diferentes, e são (ou foram) até ao momento os grandes protagonistas. Por outro lado, a TVI insistiu em deixar o público escolher dois concorrentes para entrarem e acabou por ter quatro plantas no programa. Ilona Matviychuk já foi expulsa, Alex Ferreira procura-se na casa e recentemente entraram os dois finalistas do casting, Arthur Almeida, que ainda vai falando, e Rita Oliveira, que também está desaparecida (grita mulher, ninguém sabe que aí estás). Porém, todos sabemos que esta 'Escolha' foi feita pelas audiências e não, propriamente, pela qualidade do casting.

Leia também: "Segunda Opinião" #258- O ano de 2024 da RTP1, SIC e TVI

Há uma questão que se tem vindo a acentuar nas últimas edições de "Big Brother", que é o fanatismo. A TVI tem escolhido concorrentes intensos, que chegam a "dar tudo", com o jogo feito e estratégias planeadas. Excelente, dão-nos conteúdo. Contudo, acentua o fanatismo dos fãs, que criam grupos organizados, que movem milhares de euros, para salvar determinado concorrente. Também nesta edição isso está a acontecer, com Catarina Miranda, uma jogadora assumida, que tem vindo a ser salva sempre em primeiro e tem conseguido apelar à expulsão de quem quer - e os fãs obedecem. É um pouco cansativo estarmos no primeiro mês de programa e já terem cancelado a maioria dos participantes e já sabermos quem, possivelmente, vai ganhar o "Big Brother 2024". Respirem pessoas, é só um programa. Podemos ser mais tolerantes com aqueles concorrentes e deixar que errem, como todos nós? Ao mínimo erro, as pessoas são canceladas. Além disso, a juntar a esta pressão para jogarem, quase ninguém entra num reality show a ser genuíno. Temos o Luís Fonseca e o Gabriel Sousa que nos mostram a simplicidade de um bom concorrente, mas, de resto, poucos estão a ser transparentes. Isso faz falta.

Maria Botelho Moniz destaca-se no "Big Brother 2024" | Foto D.R.

Quanto à casa, podem ler as edições que escrevi anteriormente porque a decoração é a mesma. É verdade, são três "Big Brother" com a mesma decoração. Nem uma plantinha falsa a mais. Temos o quarto do líder, mas nada de especial. Ficou tudo igual. Além disso, os cenários dos vários momentos dedicados ao programa também não se alteraram. Falta de orçamento ou preguiça? O "Big Brother" é líder de audiências, não sobraram cinco euros para esse investimento? É muito cansativo ver a casa exatamente como na edição de 2023 e do 'Desafio Final'. 

No 'Última Hora' a TVI apostou novamente em Alice Alves, uma excelente opção. O mesmo se diz de Marta Cardoso, que regressa ao programa no 'Extra'. Já os 'Diários' são agora apresentados por Maria Botelho Moniz, que trouxe uma leveza enorme para o formato e o seu profissionalismo é de louvar. A apresentadora deu ainda cara durante uma semana pelos ‘Especiais’ e mostrou estar à altura de Cláudio Ramos para conduzir o “Big Brother” aos domingos. Por fim, Iva Domingues junta-se à equipa aos sábados à tarde, num papel entregue, claramente, porque está sem outros projetos. E é excelente ter sido assim, não só porque mostra que a TVI se preocupa com os seus profissionais, como pelo facto de ser uma anfitriã experiente na condução deste género de formatos.  

Em termos de audiências, o “Big Brother” continua a ser o pilar da TVI e impulsionou os resultados do canal. Sem dúvida que é uma peça fundamental na programação, que, usada na medida certa, assegura o primeiro lugar em quase todos os períodos. Veremos como se 'safa' o canal 4 sem o reality show. 


Por: Filipe Vilhena


Sem comentários