"Segunda Opinião" #226- Talk shows de fim de semana
Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo. |
Os últimos anos têm sido de grandes alterações no panorama audiovisual português. As audiências são cada vez mais baixas, as novelas da noite estão abaixo do milhão de espectadores, a Fanny é apresentadora e deixámos de ter filmes aos fins de semana à tarde nas privadas. Esta última alteração no mundo da TV, tem sido particularmente dolorosa, até porque a "nova" oferta... É mais do mesmo.
Outrora, em tempos áureos da televisão, os fins de semana da RTP, SIC e TVI eram repletos de apostas de cinema. Mas tudo mudou, com a fervorosa guerra de audiências, onde está de fora a estação pública, mas que mesmo assim fez com que a RTP1 deixasse os filmes de lado. Se o cinema é a 7º. arte, os canais portugueses só sabem contar até 6. Encontrar um filme numa generalista, tornou-se mais difícil do que assistir às Galas do "The Voice Portugal" sem chorar. Hoje, o cinema é emitido apenas em ocasiões especiais, como o Natal e a Páscoa. O espaço dedicado a esta arte, foi entregue a Marco Paulo, Ruben Rua, Fanny Rodrigues e a chouriças - que evolução televisão, que evolução!Não é novidade para ninguém que os domingos da SIC e TVI foram "invadidos" por formatos de cariz popular. Neste setor, a RTP1 consegue superar-se e tem o "Aqui Portugal" em dose dupla. O "Domingão" e o "Somos Portugal" completam este trio. Ainda bem que o nosso país tem muitos artistas populares, para se distribuírem pelos três formatos. Como se não bastasse, os sábados das privadas começaram a ser preenchidos com talk shows. Mas será que estes acrescentam algo ao panorama audiovisual?
"Alô Marco Paulo" é o programa das manhãs de sábado da SIC | D.R. |
Atualmente, a SIC emite o "Alô Marco Paulo" e o "Caixa Mágica". Nas manhãs, Marco Paulo e Ana Marques "enchem" três horas da programação com conteúdos pouco interessantes e muito voltados para o anfitrião, que continua com o ego maior do que a crise económica que estamos a atravessar em Portugal com a inflação. As audiências têm caído e este é um produto que pouco acrescenta, não por culpa de Ana Marques, mas pela forma como colocaram Marco Paulo como o centro daquele universo. Já à tarde, Fátima Lopes assume o posto com um talk show que pretendia ser divertido, interativo e trazer histórias interessantes. O que vimos até agora, foi mais do mesmo: conversas e surpresas de e para famosos e assim se passam as tardes. Já na TVI, as manhãs são agora ocupadas por uma emissão especial do "Dois às 10", que é precisamente o que nos apresenta o canal de segunda a sexta-feira. À tarde, o "Em Família" traz-nos Maria Cerqueira Gomes, Ruben Rua e mais conversas com famosos e ex concorrentes do "Big Brother".
Parece uma sinopse ingrata e redutora para estes formatos, mas o problema não é nenhum deles. É a forma exaustiva como são utilizados para "tapar" buracos numa programação fraca. Com as audiências cada vez mais baixas, é certo que os canais, principalmente os privados, "arrastaram" as ideias dos dias úteis, para os sábados e domingos. Temos as manhãs e as tardes preenchidas com talk shows, que usam e abusam de temas mais do que falados e personalidades conhecidas. Precisávamos de coisas novas, porque a televisão está a ficar saturada. Para quem acompanha fóruns sobre televisão, sabe que um dos assuntos muitas vezes falado, foi a quantidade excessiva de horas que os canais dedicam a talk shows de segunda a sexta-feira. Como se não bastasse, os fins de semana sofrem agora do mesmo mal.
O cinema faz falta em televisão, assim como as séries estrangeiras ao início das tardes de sábado e domingo. Nem que seja um filme, pode ser? Só um? É difícil acreditar que a televisão está a ser pensada para jovens e pessoas que procurem realmente bons conteúdos. A televisão em Portugal está em queda, não só pela falta de filmes, obviamente, mas pela diversidade de conteúdos. Temos novelas, noticiários de 2 horas, talk shows e um programa ao domingo à noite. Enquanto isso, o cinema, conteúdos infantis, juvenis e culturais, perdem espaço para uma grelha pensada somente na guerra entre Daniel Oliveira e Cristina Ferreira, com a RTP1 fora, porque tem ficado abaixo dos 10%.
Como temos visto, nem mesmo estes conteúdos de fim de semana têm assim tantas audiências. Será que compensa mesmo emitir tantas horas de matutinos e vespertinos? Fica a dúvida.
Parece uma sinopse ingrata e redutora para estes formatos, mas o problema não é nenhum deles. É a forma exaustiva como são utilizados para "tapar" buracos numa programação fraca. Com as audiências cada vez mais baixas, é certo que os canais, principalmente os privados, "arrastaram" as ideias dos dias úteis, para os sábados e domingos. Temos as manhãs e as tardes preenchidas com talk shows, que usam e abusam de temas mais do que falados e personalidades conhecidas. Precisávamos de coisas novas, porque a televisão está a ficar saturada. Para quem acompanha fóruns sobre televisão, sabe que um dos assuntos muitas vezes falado, foi a quantidade excessiva de horas que os canais dedicam a talk shows de segunda a sexta-feira. Como se não bastasse, os fins de semana sofrem agora do mesmo mal.
O cinema faz falta em televisão, assim como as séries estrangeiras ao início das tardes de sábado e domingo. Nem que seja um filme, pode ser? Só um? É difícil acreditar que a televisão está a ser pensada para jovens e pessoas que procurem realmente bons conteúdos. A televisão em Portugal está em queda, não só pela falta de filmes, obviamente, mas pela diversidade de conteúdos. Temos novelas, noticiários de 2 horas, talk shows e um programa ao domingo à noite. Enquanto isso, o cinema, conteúdos infantis, juvenis e culturais, perdem espaço para uma grelha pensada somente na guerra entre Daniel Oliveira e Cristina Ferreira, com a RTP1 fora, porque tem ficado abaixo dos 10%.
Como temos visto, nem mesmo estes conteúdos de fim de semana têm assim tantas audiências. Será que compensa mesmo emitir tantas horas de matutinos e vespertinos? Fica a dúvida.
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