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"Segunda Opinião" #223- "Big Brother" Misturas

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.
 
O dia 11 de setembro está historicamente associado a uma das maiores catástrofes do mundo e, no domingo, a TVI deu-nos mais um motivo para olharmos para esse dia com tristeza. Estreou a nova edição do "Big Brother". Obviamente isto foi uma piada (fácil até, diria), mas a verdade é que chegou o pilar da estação de Queluz de Baixo e, a partir de agora, a programação ficará repleta de momentos dedicados ao reality show.

Este novo "Big Brother" volta a ser apresentado por Cristina Ferreira, que começou a emissão a ameaçar que ia matar um mosquito que a estava a chatear. De facto, seria mais expectável ver mosquitos numa das quintas do "Quem Quer Namorar com o Agricultor". A apresentadora continua igual a si própria (com menos cabelo nesta edição) e conseguiu captar a atenção do espectador com as suas intervenções, apesar do "texto" do programa ser todo ele mais do mesmo. Retirando a apresentadora da equação, assim que o programa começou, a expectativa inicial de curiosidade desapareceu e deparamo-nos com "já vimos isto", porque, de facto, nada mudou.

Começámos com um casal e o aborrecimento tocou conta das nossas televisões. Vestidos de noivos, entraram na casa referindo que este era "o sonho deles" e que "se amam para sempre". Aborrecido e nada inovador. O mais inovador talvez seja o concorrente se chamar Daniel Oliveira, como o diretor da SIC. A título de curiosidade, a senhora que constitui o casal é a Ana Maia, mas não interessa nada, porque ela pareceu muito desinteressante (pode ser que surpreenda!). Tivemos depois a entrada de Joana Taful, que nos apresentou os seus 10 apelidos, mas não nos trouxe mais do que isso. Miro Vemba entrou na casa em seguida, para salvar um pouco o marasmo que ali estava. Irmão de Gilmário Vemba, chegou e conseguiu divertir o espectador. Entrou depois Diana Lopes, que confundiu uma apendicite com... uma gravidez. Mais vale um filho na mão, do que um apêndice a voar, diria. Foi então que chegou o "cromo repetido" Rúben da Cruz, participante d' "A Quinta". Na falta de um agricultor à semelhança da SIC, temos alguém com conhecimentos em agricultura. Cátia Basílio chegou em seguida e veio com uma mão cheia de causas (já cá faltava a "imitadora" dos Sensatos do "BB2020"). Tirados da prateleira dos "usados", Rúben e Tatiana Boa Nova vieram do "Secret Story" de 2013 para a Malveira. E foi assim que nos deparámos com Nuno Homem de Sá, pelo terceiro reality show consecutivo (deve estar em saldos). Com ele trouxe a mulher Frederica, que pareceu uma concorrente misteriosa e uma possível vilã. Diretamente do Algarve, chegou o galã Miguel Vicente e logo depois Catarina Severiano, que a produção decidiu logo juntar e inventar que são ex-namorados - algo inédito no "Big Brother". E tal como a dupla anterior, Diogo Marques e Mafalda Diamond foram casados ainda à entrada e, obviamente, isso não tem piada nenhuma. E agora, para fechar… Ricardo Pereira e Joana Schreyer, o casal secante do "BB2021", cujo membro feminino está sempre com cara de quem comeu algo estragado e ficou com dores de barriga - péssimas opções à partida.

Este é um "Big Brother" cheio de misturas e velhas apostas. Nem são anónimos, nem famosos. São o que se conseguiu arranjar. Há alguns concorrentes interessantes, mas as apresentações feitas pela TVI deixaram a desejar. Os efeitos e edição estavam péssimos e o resumo das declarações dos concorrentes não conseguia prender ninguém ao ecrã. Foi um ponto negativo, que retirou algum do interesse da emissão. Pouco ficámos a saber sobre cada um e o público assim não consegue criar empatia logo à partida.

Alguns dos concorrentes | Foto D.R.

Quanto à casa, temos muita cor. A viagem de Cristina Ferreira ao Brasil serviu claramente para retirar ideias de decoração do "BBB". Temos cores vivas e divertidas na casa, apesar de mantermos a sobriedade. Há novos espaços e outros que já conhecemos. No geral, a casa não mudou assim tanto. A reter, há o espaço patrocinado pela Uber Eats, onde supostamente os concorrentes podem pedir comida. Veremos a dinâmica que lá será feita ou se este será apenas um espaço de publicidade sem qualquer interesse. Pelas primeiras imagens, vimos também um ginásio maior do que o das outras edições e a roulote foi substituída pela toca, onde está o casal Nuno Homem de Sá e Frederica. Uma novidade a assinalar, foi a existência de uma voz feminina na primeira Gala. Ao 'Big', junta-se a voz de Ana Isabel Arroja, que pode dar alguma dinâmica ao jogo. 

Nesta Gala, quase nada do que vimos foi inédito e isso demonstra que a TVI está ciente do sucesso do programa. Se é verdade que em aposta ganha não se mexe, as missões com falsos casais, os jogos e os trocadilhos são, por vezes, saturantes e isso aconteceu ontem em muitos momentos. Para além disso, regressaram as duplas. Já não é uma aposta inédita, jogar o "Big Brother" em dupla, mas acaba sempre por resultar pouco e o canal volta sempre atrás. É confuso, porque ninguém consegue decorar as duplas e não é assim tão interessante. Veremos se a ideia cai por terra ao fim de uma semana (como as anteriores), ou se a TVI consegue finalmente agarrar o espectador com as duplas. 

A fechar esta análise, chegam-nos as audiências, que mostram que o "Big Brother" liderou frente ao "Quem Quer Namorar com o Agricultor". A distância foi relativamente curta e é preciso a TVI fazer mais e melhor, caso contrário, a SIC “salta” para o primeiro lugar aos domingos à noite. Apesar da liderança do canal de Queluz de Baixo, o dia foi vencido pela SIC. Não deixa de ser uma meia derrota (ou meia vitória).

E hoje, segunda-feira, chega o "Diário" e o "Extra", com Mafalda de Castro e Marta Cardoso, respectivamente. Excelentes apostas, que já demonstraram o seu talento. De fora fica Alice Alves, não por ter sido excluída, mas simplesmente porque está grávida e dedicada à sua família. Quanto aos comentadores, temos o grande regresso de Ana Arrebentinha, que se junta a Susana Dias Ramos, Marta Gil, Flávio Furtado, Cinha Jardim, Zé Lopes, Helena Isabel, Inês Simões, Merche Romero e Kapinha. De novidades, temos Weza Silva e Carla Salgueiro. Um grupo simpático diria... mais ou menos simpático, vá.

Por: Filipe Vilhena

Mensagem aos leitores: E como o prometido é devido, aqui está a "Segunda Opinião", depois do interregno de verão. Obrigado mais uma vez por estarem desse lado. Boa semana! 

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