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"Segunda Opinião" #189 - "MasterChef": O tempero que falta à concorrência?

Foto D.R.

Estreou este sábado a nova edição do "MasterChef Portugal", que voltou à RTP1, depois de várias temporadas na TVI. 

O programa manteve a sua génese original, mas voltou sem apresentador, algo que acontece em vários países. Em Portugal, Sílvia Alberto, Manuel Luís Goucha e Leonor Poeiras foram os rostos que o assumiram ao longo das temporadas. Neste regresso, serão os jurados a "dividir" esse papel, o que é perfeitamente normal, uma vez que este formato necessita mais de uma voz off do que de um apresentador em estúdio. E a verdade é que o papel de narrador do "MasterChef Portugal" ficou muito bem entregue a Ana Galvão, apresentadora do programa de rádio "As Três da Manhã". 

Os jurados e chefes Marlene Vieira, Óscar Geadas e Vítor Sobral foram excelentes escolhas por parte da RTP1. Neste primeiro episódio, percebemos que a relação dos três é muito homogénea (utilizando aqui um termo culinário) e que tiveram o cuidado de respeitar as opiniões uns dos outros. As escolhas que fizeram foram também muito certeiras e os aventais pretos (que significam que o concorrente teria uma segunda oportunidade para entrar na competição) também foram muito bem entregues. Para além disso, é muito positivo o facto de estar uma chefe como jurada. Desde a estreia do "MasterChef" em Portugal, em 2011 na RTP, tivemos apenas a chefe Justa Nobre no painel de jurados, sendo os restantes homens, em todas as temporadas da TVI.

Os chefes avaliam o desempenho dos concorrentes a cada prova | Foto D.R.

Quanto ao núcleo de concorrentes, tal como referi acima, penso que foram escolhas muito justas. Obviamente existiam mais que mereciam, mas nem todos podem entrar. Penso que os jurados escolheram um grupo diferenciado, com pessoas de diferentes idades, personalidades, países e com formas diferentes de ver a cozinha. Nesta temporada, o conceito de comida saudável e biológica foi bastante abordada, o que é ótimo para a altura em que vivemos, onde se pede a redução do consumo de carne. Os espectadores alvo deste formato podem assim aprender e explorar novas receitas. Espera-se que as provas integrem também estes novos conceitos de alimentação, que prejudicam muito menos o planeta. 

Em termos de audiências, "MasterChef Portugal" ficou, infelizmente, em terceiro lugar. Num dia de fraca oferta televisiva, em que os espectadores estão constantemente a pedir novidades, não se entende o porquê de se rejeitar uma produção como esta. Foram 477 mil e 300 os espectadores que seguiram o formato de culinária, o que dá um rating de 5.0% e um share de 11.3%. Merecia mais e, ao longo das semanas, veremos se os portugueses começam a ver novamente a RTP1 como um bom canal para passar o serão de sábado, como acontecia em tempos passados com o "Sabe ou Não Sabe" e o "Chef's Academy". 

Por: Filipe Vilhena

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