Últimas Notícias

"Segunda Opinião" #159- "Big Brother": A revolução ou a desilusão?

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo. 

A TVI, em especial Cristina Ferreira, decidiram dar nova vida ao "Big Brother" e trocaram tudo. O apresentadores, a maioria dos comentadores e os repórteres. Foi uma autêntica 'revolução', que dividiu os espectadores. 

No lugar de Cláudio Ramos entrou (regressou) Teresa Guilherme. Fala-se que Cristina Ferreira quis retribuir o 'favor' que Teresa lhe fez ao dar-lhe oportunidade de apresentar os 'Extras' no início da sua carreira  Um gesto de agradecimento, que levou a 'rainha dos reality shows' a voltar ao ecrã cerca de três anos depois. Contudo, foi uma decisão arriscada, uma vez que Cláudio Ramos contribuiu para o sucesso do "Big Brother". A verdade é que a troca dividiu os espectadores, mas desde o início existiu uma certa 'rejeição' às mudanças que estavam a acontecer. Cristina Ferreira deveria ter dado outro programa a Teresa Guilherme e ter deixado Cláudio Ramos continuar à frente do "BB", uma vez que ele (apesar de alguma falta de imparcialidade) trouxe uma lufada de ar fresco ao formato e contribuiu e muito para o sucesso da edição '2020'.

Quanto à troca de comentadores, Ana Arrebentinha foi uma perda imensa para o formato, assim como Liliana Aguiar, que nunca é chamada para este tipo de programas e acabou por revelar-se sensata e cordial nos 'Extras'. Também os rostos das tardes foram alterados, tirando muita qualidade às emissões das 18:00 horas. As novas aquisições foram... Mais do mesmo. Fanny Rodrigues foi muito criticada e os espectadores não ficaram contentes com a escolha. Já Quintino Aires também retirou alguma da qualidade do formato. A sua imagem está cansada e durante muitos anos fez parte da equipa dos reality shows, saturando demais com os seus comentários. Já Ana Garcia Martins, a grande aposta, é agora apresentadora do pós-Gala, deixando o papel de comentadora da Gala, o que também retirou alguma da essência que o "BB 2020" conquistou.

A verdade é que muitas destas decisões tem o dedo de Teresa Guilherme, que trouxe ainda concorrentes que poucos se identificam. O grupo está muito abaixo do "Big Brother 2020", onde todos foram protagonistas e todos representavam uma pessoa. Este grupo é mais jovem, mais semelhante e a apresentação de todos, no geral, foi terrível. A temática do sexo e dos casais voltou a reinar o conceito de 'pessoa real' desapareceu neste leque de concorrentes. Poucos se destacam, sem ser a Diana, que levou para a casa uma missão: mostrar que o amor na deficiência é possível e que tudo isso deve ser relativizado. As causas da homossexualidade, preconceito, aceitar as diferenças do corpo, etc, tudo isso se perdeu. Além disso, já tivemos duas desistências, o que é um recorde num formato do género. A pressão neste programa é maior e o facto de existirem vários grupos (casa, anexo e infiltrados) não é benéfico e fica até confuso para o espectador em casa.

Quanto às apresentadoras, Mafalda Castro e Maria Botelho Moniz continuam iguais a si próprias, com a mesma qualidade e a realizar um trabalho difícil: Têm em mãos o mesmo programa, mas com um registo totalmente diferente em ambas as edições. O trabalho de ambas deve ser reconhecido e são, sem dúvida, boas profissionais. 

Em termos de audiência, ainda é cedo para analisar, mas o programa não tem tido uma aceitação muito grande do parte do público. É provável que as audiências baixem, assim como nas emissões durante a semana. "O Noivo é Que Sabe" é um programa mais fresco e leve e deve saltar para a liderança. 

Por: Filipe Vilhena

Sem comentários