Últimas Notícias

"Livro de Estante" #2 | "Mil vezes adeus", de John Green



Autor(a):
John Green
Título Original: Turtles All the Way Down (2017)
Editora: ASA
Páginas: 296
ISBN: 9789892340753
Tradutor(a): Ana Saldanha


SOBRE O AUTOR:
John Green é um autor americano mundialmente conhecido principalmente pelas obras “A Culpa é das Estrelas” e “Cidades de Papel”, obras essas que foram adaptadas ao cinema.
É fundador, juntamente com o seu irmão Hank do projeto “Project for Awesome” (P4A) que tem como objetivo a angariação de fundos para caridade. Em 2017 conseguiu angariar em média $ 2.029.007.
John revelou ter Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) em sequência do livro Mil Vezes Adeus onde a personagem principal, Aza lida com a doença todos os dias. Foi uma maneira sensibilizar os leitores para a realidade e gravidade da doença.

SINOPSE:
“Não era intenção de Aza, uma jovem de dezasseis anos, investigar o desaparecimento do bilionário Russell Pickett. Mas estão em jogo uma recompensa de cem mil dólares e a vontade da sua melhor amiga Daisy, que se sente fascinada pelo mistério. Na sua busca por pistas, elas irão transpor a distância (tão curta, e, no entanto, tão vasta) que as separa do filho do desaparecido, Davis.
Aza e Davis sentem entre si uma afinidade profunda e ancestral. Ambos perderam pessoas que amavam. São almas devastadas e irremediavelmente sós. Davis vive isolado pelo privilégio numa mansão extravagante. Aza debate-se com as suas batalhas interiores. Por mais que tente ser uma boa amiga, filha, namorada, e quiçá detetive, tem de lidar diariamente com a sua mente asfixiante. Como pode ser uma boa amiga se está constantemente a pôr entraves às aventuras que lhe surgem no caminho? Como pode ser uma boa filha se é incapaz de exprimir o que sente à mãe? Como pode ser uma boa namorada se não consegue desfrutar de um simples beijo?
Nada nos pode preparar para o desenlace da história. Para a compreendermos temos apenas de ser humanos. A dada altura, todos nos debatemos para encontrar um sentido. Através da intensa vida de Aza, John Green partilha connosco as angústias dessa busca e os dramas da doença que o afeta desde a infância. O resultado é um romance brilhante sobre o amor, a resiliência, e o poder da amizade.”

Após a leitura de praticamente todos os livros do leitor, acostumei-me (claro que não em demasia) ao fator surpresa que cada uma das histórias. Engane-se quem pensar que as obras do autor têm o dito “felizes para sempre” que todos esperamos quando iniciamos uma leitura.
Normalmente, John Green escreve romances “fofinhos”, mas sem as típicas lamechices dos romances atuais.

Mas a essência deste livro foi diferente. É um bom livro, porém, ficou um pouco aquém das expectativas que criei. Ao lermos a sinopse formulamos a ideia de que a narrativa principal é o desaparecimento de Russell Pickett, pai de Davis. Sou da opinião que a história poderia ter terminado da mesma maneira sem esse desaparecimento pois acaba só a ser um meio para atingir um fim, a relação de Aza e Davis que poderia acontecer de qualquer forma sem o mesmo.

Aza, a personagem principal, funciona como que uma espécie de autorretrato de John, sendo que ambos sofrem de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Tenho de admitir que não consegui criar uma ligação com Aza como criei com Hazel de A Culpa é das Estrelas ou com Miles de Á procura de Alaska. Aza, devido à sua doença, acaba a criar paranoias na sua mente e a voltar sempre às mesmas a determinadas alturas. Sendo o livro narrado por ela, lemos todos os pensamentos que lhe passam pela cabeça. Cheguei a uma altura que me senti cansada apenas ao ler, não imagino como será experienciar realmente esses tormentos. Posto isto, posso apenas dizer que o autor conseguiu o seu objetivo: sensibilizar o leitor à doença. Apesar de Aza ter sempre barreiras na sua cabeça que a impedem de viver normalmente, é uma pessoa que se esforça ao máximo para fazer todos os que ama felizes, mesmo que por vezes ser desafiador.

A personagem com quem senti mais afinidade foi Daisy, a melhor amiga de Aza. Energética, simpática. Escreve ficção para fãs sobre a sua personagem preferida de Star Wars o Chewbacca. Ao longo da narrativa, vai dizendo frases que dão para refletir. Como por exemplo: “A sanidade mental na adolescência é coisa do século passado.” Que pode ser levado como brincadeira, mas, quando analisado noutra perspetiva, conseguimos relacionar a citação com a ansiedade excessiva sofrida um pouco por todos os personagens e, no fundo, por todos os adolescentes, jovens adultos e até adultos de hoje em dia: a escola ou trabalho, as pressões que existem, podem ser e são muito frustrantes.
Foi Daisy que incentivou Aza a conversar com Davis devido ao desaparecimento de Russell e a recompensa que era oferecida caso o encontrassem.

Davis é uma personagem misteriosa. Obrigado a crescer cedo demais pela ausência frequente do pai, cuida do seu irmão mais novo como se fosse seu filho. Não nos é revelado muito sobre ele. É um rapaz rico, devastado pela vida que leva, escreve poesia num blog que não partilha com ninguém. É a prova viva de que o dinheiro não compra a felicidade. John Green torna assim a criar uma obra sobre amor e amizade mantendo a presença de questões que mais uma vez, nos fazem pensar sobre a nossa existência.


ONDE COMPRAR O LIVRO?
- https://www.wook.pt/livro/mil-vezes-adeus-john-green/20914552
- https://www.fnac.pt/Mil-Vezes-Adeus-John-Green/a1357959 https://www.bertrand.pt/livro/mil-vezes-adeus-john-green/20914552 

Por: Raquel Branco

Sem comentários