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"Força de Expressão" #8 | Celebrar ao vivo e a cores



Junho é um mês repleto de dias especiais. Começam as férias dos estudantes e alguns trabalhadores, chegam os dias de calor (ou deveriam chegar), os festivais de verão, os casamentos de Santo António e as comemorações do 10 de junho. São datas que todos reconhecem e muitos vivem com ansiedade. Mas junho é também o mês de celebrar algo que antes era motivo de vergonha.

Falo do movimento do Orgulho LGBT. Aconteceu em 1969, na Rebelião de Stonewall, em Nova Iorque, onde várias pessoas gays eram presas e proibidas de entrar em vários bares. Num clima de tensão política, com alguns regimes fascistas ainda de pé pela Europa (como é o caso de Portugal), a revolta dos membros LGBT's trouxe um enorme marco na história do mundo. O movimento pretende celebrar a aceitação da orientação sexual e da igualdade de género e recordar que a diversidade é o que nos torna especiais. Podemos dizer que ainda hoje esse movimento está em difusão por todo o lado.

O Orgulho LGBT celebra-se por todo o mundo, onde as pessoas saem à rua para marchar com as bandeiras coloridas e lutar contra o preconceito que ainda existe na sociedade. A marcha mostra a aceitação, a igualdade, a liberdade e a emoção. De certo modo, traz também lágrimas, pelas milhares de pessoas que perdem a vida por serem elas próprias e não devem ser esquecidas. O caminho é feito com música, sorrisos e amigos. Muitas cores e, normalmente, pouca roupa por parte de alguns. Os pensamentos que invadem a cabeça de quem desfila são diversos. Recorda-se o caminho até ali, os obstáculos, as dificuldades, os já foram amigos no passado e os pais que não aceitaram. Nunca a palavra "marcha" teve tantos significados e tanta gente diferente a realiza-la. São gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, heterossexuais, entre tantos outros, que mais do que uma sexualidade, são pessoas e querem ser reconhecidas como tal.

O caminho está a decorrer e o preconceito ainda existe. As pessoas ainda sofrem, choram e muitos ainda não se assumiram para si e para a sociedade por medo. A luta deve continuar e deve ser feita por todos. A aceitação do casamento homossexual foi um grande passo. Na rua, já vemos alguns casais de mão dada. Os olhares existem, mas, felizmente, alguns não carregam ódio e nojo como antes. A realidade é que estamos a caminhar, mais devagar do que deveríamos, mas a história não se consegue apagar assim. E talvez nunca se apague. Talvez sempre existam marcas de preconceito. Ou talvez um dia dizer "sou gay" seja equivalente a qualquer outra frase declarativa. Não saberemos o futuro nem conseguiremos reverter o passado. Contudo, podemos lutar. E em junho deve-se lutar.

A aceitação começa em nós. Se nos aceitarmos, ganhamos coragem para enfrentar os outros. E ai estamos a lutar pelas gerações futuras, dando-lhes força e servindo de exemplo. Parece fácil escrito assim, mas a dificuldade é enorme. Tenham isso em mente. Mas tenham em mente que só se vive uma vez. O melhor, é vivermos sendo nós próprios. Já experimentaram ser vocês mesmos hoje? Este não é um texto informativo ou opinativo. Serve como um bilhete que colocam no frigorífico para não se esquecerem de passar no supermercado. E o objetivo é não se esquecerem de celebrar ao vivo e com as cores da bandeira LGBT. Sejamos todos felizes.

Por: Filipe Vilhena

1 comentário:

  1. De facto o mês do orgulho LGBT é bem discutível!
    Eu sou GAY e espero não ser mal imtrepretado pois quando se trata deste assunto a minha opinião nunca é bem aceite, porém as pessoas pertencentes a esse grupo pretendem igualdade, mas no fundo elas próprias fazem para que a mesma não haja porque se tratam como pessoas diferentes! Se querem igualdade porquê terem um dia mês de orgulho LGBT ? Não há um mês do orgulho heterossexual! Não é por eu gostar de homem que deixo de ser um humano! Eu sou uma pessoa, um cidadão, sou humano, um homem ! Eu não sou um LGBT!

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