Últimas Notícias

"Segunda Opinião" #166- O "Big Brother - Duplo Impacto" descambou?

Estreada a 29 de setembro de 2014, "Segunda Opinião" é uma rubrica onde todas as semanas é abordado um assunto do mundo televisivo.

A edição do "Duplo Impacto" prometia ser totalmente diferenciada e inovadora, juntando os melhores ex concorrentes das duas edições passadas do formato. Teresa Guilherme e Cláudio Ramos estrearam-se a 3 de janeiro com a premissa de um jogo em duplas e muitos confrontos e diversão. Passado quase mês e meio, será que o objetivo está a ser cumprido?

Primeiro, é importante analisar a dupla de apresentadores. Numa aposta arriscada, a TVI juntou o ego do novato Cláudio Ramos ao ego da veterana Teresa Guilherme. Apesar dos receios de como iria funcionar a dupla e de como cada um iria ter o seu espaço, tudo resultou. A primeira Gala foi hilariante e ficará na memória dos amantes de reality shows. As Galas seguintes continuam a demonstrar a química de ambos e a diversão que garantem aos espectadores. Como nem tudo é perfeito, os dois - que sozinhos já padeciam deste 'síndrome' - aperfeiçoaram a sua arte de não ser imparcial. As críticas são muitas e estão à vista: Teresa e Cláudio revelam que concorrentes preferem e de que lado estão em muitas situações. Se existe algum contrato que lhes pede imparcialidade? Duvido. Mas perde-se um pouco da magia saber a opinião dos rostos principais do programa, pois sabemos que em determinadas situações, vão deixar mais um concorrente falar do que outro ou vão dar dicas (ainda que de forma indireta) que pensa o público. Todos deveriam estar a zeros com o exterior e se o 'Big' é imparcial, pedia-se o mesmo da dupla. 

Passando para os concorrentes, tivemos um leque inicial de 13 participantes das duas edições do "Big Brother" e ainda dos programas "Secret Story" e "A Quinta". Diz-se que "passado é passado" mas a TVI retirou do baú as 'lendas' Bruno Savate, Helena Isabel, Gonçalo Quinaz e Joana Diniz. Pensou a estação que talvez assim as audiências estivessem mais asseguradas. Mas será? Já sabemos que os reality shows foram perdendo força na TVI precisamente devido às edições seguidas do "Secret Story", "A Quinta" e do "Love on Top" (este último que nem se fala já dentro do canal) e à mistura e repetição de concorrentes que se faziam nas edições de "Desafio Final", "Última Tentação" e tantas outras que já nem nos lembramos. Ficou confuso assistir a um reality show na TVI. Nada convencia: nem os concorrentes, nem as piadas, nem os jogos e nem a Teresa Guilherme. E o "Big Brother" vai rapidamente pelo mesmo caminho caso não se dê descanso ao formato e não siga uma linha diferente dos seus semelhantes. Isto tudo para dizer que a equipa de Cristina Ferreira e Nuno Santos deve bater na mesa e perceber que cada programa é um programa e não devem existir misturas.

Se este jogo era entre ex concorrentes do "Big Brother", para quê misturar novamente este reality show com outros? Sempre existiu esta premissa na TVI, mas está completamente errada. E assim, em vez de os espectadores se saturarem apenas de um "Secret Story" ou "A Quinta", vão todos os reality shows na mesma leva. A mostra de que não resulta mais, é que a Helena Isabel (vencedora com maior percentagem do "Secret Story 6") foi das primeiras expulsas, assim como Joana Diniz (adorada de outros formatos) e até Sofia (que sempre foi finalista) está a acumular muitos 'haters'. 

O "Big Brother 2020" foi sem dúvida um presente no sapatinho dos portugueses. Tudo mudou e quase tudo resultou. O tipo de concorrente era diferente e levava causas para o jogo. Falou-se de homofobia, racismo, aceitação do corpo, saúde mental e tantos outros temas. Os apresentadores e comentadores foram alterados e resultaram na sua maioria. Tivemos uma interação enorme entre o público e o jogo. Veio quase de seguida "A Revolução" e tudo descambou um bocadinho. Voltou a Teresa Guilherme, voltaram os concorrentes 'vazios' e 'desinteressantes', vieram os trocadilhos e os casais e um jogo confuso no início com a separação da casa e o bunker (ideias que terminaram ao fim de uma semana). Já o "Duplo Impacto" está a descambar ainda mais. Esta troca de concorrentes e entradas e saídas só prejudica o jogo, que se diz na brincadeira que vai durar até ao Natal. Nem se sabe quando o formato termina. Rapidamente veremos os espectadores a desistir do reality show.

Esperemos que Cristina Ferreira e Nuno Santos consigam perceber que o "Big Brother" e o passado dos reality shows da TVI está a aproximar-se. É preciso parar, analisar tudo e dar descanso ao programa. Uma nova edição só deveria acontecer em setembro ou outubro. Mas a pergunta é: Quem a apresentará? Neste momento está 2-2 para Cláudio Ramos e Teresa Guilherme. Esperemos que a escolha recaia no apresentador de "Dois às 10" e que o conceito do "Big Brother 2020" regresse. Para além disso, que parem de convidar dezenas de pessoas para comentadores. O núcleo de pessoas que comentou é cada vez maior e menos gostado pelo público. 

Se pudemos dizer que o "Big Brother - Duplo Impacto" descambou? Sim, podemos. Vai piorar? Sim, talvez. As audiências, apesar de liderar, não são extraordinárias e a tendência e que desçam. 

Por: Filipe Vilhena

1 comentário:

  1. Eu gostaria que voltassem a fazer outra Casa dos Segredos. Mas sem a Teresa Guilherme, por favor. Deixem lá a senhora reformar-se e dar a sua vez a caras novas.

    ResponderEliminar