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"Dá que Falar" #30- O estranho caso de Rodrigues dos Santos e Quintanilha


Nesta semana, que agora findou, de um engano nasceu um caso criado pela ILGA (organização da defesa dos direitos de gays e lésbicas). Um caso que nasce com muita sede de protagonismo por parte da ILGA. 

E digo isto por causa de todo o teatro que esta organização fez em torno de um engano do jornalista e pivot da RTP, José Rodrigues dos Santos. Vi o engano do José Rodrigues dos Santos em direto e, se todos visionarem essa parte do "Telejornal" vão chegar à mesma conclusão a que eu cheguei: tratou-se, de facto, de um infeliz engano, que qualquer jornalista não quer cometer. 

Depois da ILGA, surge o PS pela voz de António Costa a exigir desculpas e medidas drásticas, medidas e consequências para o jornalista da RTP, tal como a ILGA já tinha pedido. José Rodrigues dos Santos foi, num ápice, chamado de homofóbico e arrasado nas redes sociais sem que a sua explicação tivesse sido conhecida. 

Perante esta sede de protagonismo da ILGA, junta-se Quintanilha que se diz muito ofendido e, como já referi, pouco depois, junta-se a voz de António Costa do PS e, percebe-se porquê: Quintanilha e a ILGA sofrem do mesmo sintoma: falta de visibilidade no mundo dos Media. Já o PS vem confirmar que não convive bem com a democracia e isenção do jornalismo português. 

Talvez o PS se queira vingar dos 2 apertões que José Rodrigues dos Santos deu ao socialista e ex-primeiro-ministro José Sócrates nas noites de domingo... Então estas cabecinhas pensadoras da ILGA, do PS e até do Quintanilha e marido não pararam para pensar um pouco? Claro que não! Pois a sede de criarem um caso de grande visibilidade falou mais alto. 

Mas ainda há alguém que ache que o jornalista José Rodrigues dos Santos iria colocar a sua carreira de jornalista, a sua credibilidade e profissionalismo em causa, nos ecrãs da RTP ou onde quer que fosse? Para além de saber que tem de cumprir o Código Deontológico do Jornalista que prevê o seguinte: "O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade"; "os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso"; "a distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público"; "o jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais"; "o jornalista deve rejeitar o tratamento discriminatório das pessoas em função da cor, raça, credos, nacionalidade, ou sexo." 

A ILGA e o PS já podem ter tido razão, em algumas vezes, da Comunicação Social mas não neste caso. "Está claro como a farinha Amparo" de que se tratou de um infeliz erro para corrigir outro erro, do qual surgiu um aproveitamento gratuito destas instituições e do visado. Este é o país que temos: pode ser muito acolhedor e solidário mas também é muito vingativo, injusto e invejoso. 

Do escritor, e marido de Quintanilha, Richard Zimler, esperava-se outro tipo de atitude mas, a mesquinhez, o jogo baixo e a sede de protagonismo falou mais alto. Afinal José Rodrigues dos Santos vende mais livros do que ele, Richard Zimler. 

Perante tudo isto estranho muito a pronta reacção e acção da ERC contra a RTP e o jornalista da estação. Será que haverá alguém da ILGA a trabalhar por lá? É que, na minha memória, não me lembro da ERC ter agido tão rapidamente, nem mesmo quando houve vários tipos de violência e agressões físicas nos reality shows da TVI e da SIC. Estranho, não é? No mínimo muito estranho! 

Este caso é um NÃO CASO e prova disso é a opinião dos portugueses que, depois de terem visto o vídeo e lido a explicação do jornalista da RTP, fizeram questão de apoiar José Rodrigues dos Santos nas redes sociais. Raramente vi um comentário contra o pivot da estação pública. José Rodrigues dos Santos é um dos melhores, senão o melhor, jornalista português com provas dadas a nível nacional e internacional. É, também, o escritor que mais vende em Portugal, onde já conquistou a França e outros países com os seus romances. José Rodrigues dos Santos tem levado o nome de Portugal bem longe. Não seria isto um grande motivo de orgulho nacional? Claro que sim! Ele já não tem que provar nada a ninguém porque o seu percurso profissional fala por si e dissipa qualquer dúvida se as houvesse. Ao pivot do "Telejornal" da RTP1 digo-lhe o seguinte: "venha de lá o seu novo romance, porque o resto, o resto são cantigas!". 

NOTA POSITIVA 
1) Dina Aguiar segue firme e segura na RTP1 com o seu "Portugal em Direto". Os portugueses gostam dela e o inverno confirma isso mesmo, pois a conquista de grandes audiências no horário das 18h00 é a prova disso mesmo, esmagando novelas da Globo que a SIC exibe e até os diários dos reality shows da TVI. Confesso que a gostava de ver a apresentar o "Telejornal" ao fim-de-semana. 

2) Nos últimos meses, Tânia Ribas de Oliveira foi maltratada pela nova direcção de programas da RTP1 liderada pelo Daniel Deusdado. Não foi só ela, é certo mas, é dela que hoje falo. Com a SIC e o João Baião a piscarem-lhe o olho, a apresentadora levantou-se do chão, juntamente com o José Pedro Vasconcelos, e deu uma grande lição a Deusdado e a Nuno Artur Silva que menosprezaram o seu profissionalismo. Mesmo de licença de maternidade não recusou voltar ao "Agora Nós" que já tinha sido enterrado pela nova direcção e que renasceu em menos de 2 meses para as tardes da estação. "A RTP precisa de mim" disse numa entrevista. E está certa, a RTP precisa mesmo dela. Vamos ver é se esta RTP consegue evitar a sua partida para a concorrência...

NOTA NEGATIVA
1) A exploração de sentimentos de Daniel Oliveira e da SIC ao actor José Carlos Pereira no programa "Alta Definição" foi revoltante e é inadmissível. 

2) É surpreendente a pressa da ERC, do PS e da ILGA em condenar um dos melhores jornalistas do nosso país por um erro lamentável e involuntário. Quem nunca errou que atire a primeira pedra. 

Por: Rui Miguel