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"Segunda Opinião" #31- "Agora Nós": fim à vista?


Estreou em setembro de 2014 e prometia ser uma revolução nas manhãs da RTP. Depois de 18 anos de "Praça da Alegria", chegou à estação pública o "Agora Nós". João Baião tinha saído da RTP há poucos meses e o seu último trabalho tinha sido na condução da "Praça", na sua "segunda versão", nos estúdios de Lisboa. O apresentador abandonou a RTP1 e rumou (novamente) até ao canal de Carnaxide, deixando assim a "Praça" sem apresentador. Foi essa uma das razões principais para as mudanças nas manhãs.

Chegou a falar-se que Tânia iria regressar às tardes, ao lado se Herman José. Depois, falou-se que iria conduzir as manhãs sozinha. E eis que, a poucos dias da estreia, é revelada a dupla do novo formato das manhãs: ao lado de Tânia, surgia Zé Pedro Vasconcelos.

Oito meses depois, Tânia Ribas de Oliveira e José Pedro Vasconcelos provaram que nem tudo o que parece eterno o é e a antiga colega de João Baião adaptou-se rapidamente à forma de trabalhar do também apresentador do "5 Para Meia-Noite". É de realçar a cumplicidade que ganharam um com o outro em tão pouco tempo.

"Agora Nós" veio marcar o seu espaço de excelência no período das manhãs. E porque é que o programa resulta tão bem? Porque tem uma dupla que funciona que contrabalança entre o humor moderado de Zé Pedro e a simpatia de Tânia Ribas de Oliveira; tem rubricas interessantes e que cumprem o serviço público ao mesmo tempo que o entretenimento é garantido; tem temas atuais e as típicas histórias de "faca e alguidar" mas que, aqui, ganham outro tratamento e soam bem melhor que em outros formatos da concorrência, na qual muitas vezes o sensacionalismo fala mais alto.

O programa soma ainda pontos no seu grafismo e estética, com um estúdio agradável e inovador e uma imagem simples mas muito eficaz. "Agora Nós" é, sem dúvida, um passo em frente em relação à "Praça" e uma marca entre os canais generalistas. Mas se o "Agora Nós" é tudo isto e muito mais, há uma questão que se coloca: porque é que a RTP quer acabar com o formato?
A notícia surgiu recentemente e surpreendeu muita gente. A "Praça da Alegria" pode regressar, nos seus moldes originais, apresentada por Sónia Araújo e Jorge Gabriel, a partir do Porto. Mas porquê? E, sobretudo, para quê? Para que é que a estação pública precisa do regresso de um formato que se foi desgastando, quando tem em antena um programa de qualidade e que tem, até, conquistado cada vez mais telespetadores?

A "Praça da Alegria" marcou gerações, é verdade, mas os canais, principalmente uma estação pública, precisam de se reinventar. A "Praça" teve os seus momentos de glória, a sua época de sucesso, mas quando passou para Lisboa, passou a ser um programa morto e o seu fim foi uma opção mais que certa. Não faz sentido regressar agora. 
De qualquer forma, para já, o fim de "Agora Nós" não é certo. Mas se o fim do formato estiver realmente à vista, então este será um dos maiores erros que a RTP cometerá nos últimos tempos. Esperamos que a nova direção da RTP volte atrás e que as manhãs continuem a ser de Tânia e Zé Pedro por mais alguns anos.
Por: Fantastic TV
Uma rubrica com a parceria do "Fantastic Televisão" 
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