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"Dá que Falar" #12- A Fraqueza de Nilton


A ideia era engraçada, e ir buscar o Nilton para moderador melhor ainda, no entanto o painel de comentadoras estragou tudo. Falo-vos do programa da RTP Informação "Barca do Inferno".

Passado 2 meses, desde a estreia deste formato, no canal de notícias da RTP acredito que o Nilton já

tenha chegado à conclusão de que o propósito do programa, o objectivo principal a que se propunha, não foi atingido.

Quando se tem como comentadora fixa uma Manuela Moura Guedes, que está ali como fosse a dona do programa, que "atropela" tudo e todos, onde o Nilton tem de se calar para ela falar, o programa torna-se num caso sério de estudo.

A Manuela Moura Guedes, como jornalista que é, deveria saber dar a palavra aos restantes intervenientes e, principalmente, respeitar o moderador. Está longe, muito longe de o fazer. O seu ódio pelo José Sócrates e a sua simpatia pelos partidos de direita fazem-na ficar cega e perder a razão.

Olho para o Nilton e leio o seu olhar: "parece perdido, no meio de todo aquele bate-boca, entre as senhoras comentadoras. Olho para ele e vejo que lhe apetece dizer "tirem-me daqui".

Quando se faz um formato destes é um erro ir-se buscar pessoas com fortes ligações aos partidos políticos. É errado o PS e o PSD estar ali representado. Se é para debater a atualidade, onde a política é um dos pratos fortes do nosso dia-a-dia, deveria-se ter ido buscar outras pensadoras da sociedade, sem ligações políticas e em Portugal temos muitas e fortes pensadoras.

O Nilton não funciona neste formato e, arrisca-se a ter uma nódoa na carreira brilhante que construiu até aos dias de hoje. O Nilton não merecia isto, alguém que o tire dali, pois ele não sairá pelo seu próprio pé, pois ao fazê-lo estaria a dar parte fraca, estaria a desistir de um projeto que lhe confiaram e, para ele, desistir do formato não faz sentido, embora esteja "mortinho" para sair desta alhada em que se meteu e que o meteram.

No entanto, nem tudo é mau no programa do Nilton. Salva-se a Raquel Varela que, a meu ver, é a comentadora mais acertada e isenta do programa, embora possa ter ideologias próximas de algum partido político. Ela acaba por ser a lufada de ar fresco que o formato acaba por ter. Frontal, segura no que diz, fala e diz tudo aquilo que os portugueses debatem nas conversas de café.

Ao José Manuel Portugal, diretor de informação da RTP, faço um apelo: ou faz cumprir a ideia original à qual o programa se propunha (o que é difícil devido à maioria das comentadoras presentes) ou então se é para ser um "Barca do Inferno sobre política", então substitua o Nilton, coloque um jornalista no seu lugar, porque aquela não é mesmo a praia do grande Nilton que os portugueses conhecem e tanto gostam.

"Dá que Falar" termina para a semana, por isso não percam a última edição da 1ª temporada. Até lá!

Por: Rui Miguel